O que muda nos cuidados com a Covid-19 depois de ser vacinado(a)?

Depois de um início conturbado, com muito atraso e desorganização, a vacinação no Brasil parece estar finalmente ganhando força. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a previsão do governo é que todas as pessoas com mais de 18 anos tenham recebido a primeira dose até o dia 16 deste mês.

A notícia é muito boa e os resultados dessa crescente imunização já começam a aparecer. Segundo a Agência Brasil, com o avanço da vacinação, as mortes por covid-19 caíram 46% entre março e junho deste ano no estado de São Paulo. Nesse mesmo período, o número de pacientes internados caiu 44%.

Mas apesar da melhora significativa, a situação ainda está longe de ser controlada. E mesmo com alguns serviços voltando a funcionar presencialmente, o que traz um aparente clima de normalidade, especialistas alertam que é fundamental continuar com os principais cuidados para evitar o contágio e transmissão do vírus: uso de máscaras, higienização constante das mãos e evitar aglomerações.

Ou seja, embora muitas pessoas já possam respirar mais aliviadas por estarem imunizadas, na prática, os cuidados preventivos precisam ser mantidos por enquanto. E o motivo é que diante do tamanho da população do Brasil, cerca de 210 milhões de habitantes, o número de pessoas imunizadas ainda é muito baixo e, portanto, o vírus continua circulando com muita força. Além disso, a vacinação diminui muito a chance de a doença se manifestar de forma grave ou fatal, mas não impede o contágio nem a transmissão do vírus.

Na Inglaterra, por exemplo, somente em maio deste ano que a flexibilização avançou e os pubs e restaurantes puderam voltar a receber clientes em áreas internas e cinemas e estabelecimentos esportivos puderam retomar as suas atividades. E isso só aconteceu depois que dois terços dos adultos já tinham tomado a primeira dose da vacina e um terço já tinha recebido as duas doses.

Aqui no Brasil, apesar do avanço recente, somente 50,45% da população recebeu a primeira dose da vacina e apenas 21,42% estão completamente imunizados, com duas doses ou dose única. Ou seja, o caminho da vacinação por aqui ainda é longo.

Em entrevista a Radioagência Nacional, o médico David Urbaez, diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia do Distrito Federal, afirmou que mesmo vacinadas, as pessoas devem fazer uso da máscara o tempo inteiro, manter o distanciamento de 2 metros em todos os lugares e evitar qualquer tipo de aglomeração, além de fazer higiene de mãos e de superfícies de forma frequente. Para o especialista, só poderemos ter uma proteção coletiva contra o coronavírus no Brasil e uma possível flexibilização de cuidados quando cerca de 160 milhões de brasileiros forem vacinados, entre 70 e 80% da população.

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