Em uma atmosfera de muita alegria e descontração, aconteceu o SPYC DAY 2024, na última quinta-feira, 24 de outubro, às margens da Represa de Guarapiranga, em São Paulo. O evento anual promovido pelo Centro de Convivência para Idosos (CCI), projeto da Fundação Britânica de Beneficiência (FBB) contou com 80 participantes. “Esse encontro e as vivências que ele proporciona são muito importantes para aumentar a socialização dos idosos. Todos adoraram as atividades”, diz Ana Rodrigues, supervisora de projetos da FBB.
Os idosos, com idades entre 60 e 91 anos, saíram cedo da sede da FBB, em Pinheiros, em dois ônibus fretados. O grupo, formado por brasileiros e ingleses, chegou às 9h30 no São PauloYatch Club, tradicional clube da comunidade britânica às margens da represa Guarapiranga. Todos foram recebidos de forma carinhosa e acolhedora com um saboroso café da manhã, com muitos bolos, sanduíches, pão de queijo e sucos.
No período da manhã, por conta do tempo nublado com algumas pancadas de chuva, a programação foi realizada dentro da sede do clube, em um espaço coberto e arejado. “Sair de casa, dançar, ver a natureza e encontrar pessoas é bom demais”, diz Eliene Silva Guimarães, 68 anos, que participou de outras edições do SPYC.
Quiz “A Arte da Vida”
Depois do café-da-manhã, a primeira atividade foi um quizz chamado“A Arte da Vida”. No centro do salão, algumas bexigas guardavam perguntas motivadoras sobre a história dos idosos, saúde, mudanças de comportamento e sonhos. Conforme os balões eram estourados, as perguntas ia sendo feitas para o grupo.
Todos participaram e, mesmo os mais tímidos, ficaram nitidamente felizes pela oportunidade de se expressar e serem ouvidos com respeito. “Os idosos, muitas vezes, ficam invisíveis na sociedade. Aqui, eles criam vínculos, sentem que estão em um espaço seguro e levam as amizades para a vida. Isso é muito importante”, diz Marina Matheus, coordenadora do CCI. “Atividades como essa ajudam os idosos a quebrar crenças limitantes, como achar que não conseguem falar em público ou executar determinadas tarefas”, afirma Joyce Corazza Dias, professora de Tecnologia da Fundação Britânica Beneficiência, que coordenou o quizz.
Depois desse aquecimento, foi a vez do jogo Twister para estimular equilíbrio e coordenação. Cada participante teve que caminhar agachado em uma passarela com desenhos de mãos e pés, sem cair, levantar ou pisar na imagem errada. Durante 30 minutos, em meio a muitas risadas e discussões sobre as regras da competição, todos resgataram o prazer de brincar sem censura!
Dançar é uma terapia
Para alegria geral, o tempo melhorou no final da manhã e a turma 60+ foi convidada a dançar no gramado ao som de Dominguinhos, Sidney Magall, Glória Gaynor, Raul Seixas, Alcione, John Travolta e outros representantes dos ritmos dos anos 1960, 1970 e 1980. Nesse momento, sob a coordenação da Professora de Ginástica Aeróbica e Pilates, Karina Mattos, a descontração foi geral. “Adoro dançar porque esqueço dos problemas da vida e ainda faço mais amigos”, diz a doméstica Severina Sales da Cruz, 69 anos, conhecida também como a Forrozeira do Recife. “Desde os meus 10 anos, eu canto e invento coreografias. No encontro de hoje, o que eu mais gostei foi justamente a parte da dança”, completa a empresária Nelma, que junto com Severina caiu no samba e no forró.
Por volta das 14 horas, foi servido o almoço. O cardápio incluiu salada de folhas verdes com molho mostarda, arroz, feijão, lagarto, purê bem cremoso de batata, mix de legumes, suco de laranja e pudim de leite condensado. Nesse momento, reunidos em suas mesas, a turma 60+ aproveitou para colocar o papo em dia e trocar informações sobre passeios, viagens, família, saúde e muito mais.
Durante a tarde, os idosos se dividiram naturalmente em grupos para apreciar a natureza, caminhar, descansar ou até mesmo brincar no balanço próximo à represa. Da turma que retornou à infância por alguns minutos no balanço, fez parte o publicitário Rubens Kutner, 61 anos; a doméstica Cira Alves, 58 anos; e a aposentada da área securitária Tereza Nakano, 70 anos. “Esse lugar é maravilhoso. Mas o que eu achei mais legal mesmo foi o balanço”, diz Cira. “Aqui na Guarapiranga, com toda essa natureza em volta, dá a impressão que saímos de São Paulo sem termos realmente saído. Isso é ótimo”, afirma Rubens.
Tempo de descobertas
Ainda no período da tarde, teve aulas de Yoga e Dança Circular. Na primeira, os alunos fizeram movimentos para diminuir o estresse e estimular atitudes positivas. Na segunda, o objetivo foi criar um senso de integração e união e também melhorar a concentração dos idosos. As atividades foram finalizadas com falas e movimentos de gratidão por esse dia tão especial. Depois do café da tarde, todos voltaram para a sede da FBB com a sensação de que a Terceira Idade pode – e deve – ser um período leve, divertido e repleto de descobertas.